Livro Meadows


Sistema

Um sistema é mais do que uma soma de partes, ele é composto de elementos que interligados executam um determinado objetivo ou função. Um conglomerado de elementos não é um sistema, ele se torna um sistema a partir do momento eu que se estabelece ligações. Por exemplo, um time de futebol possui os jogadores, técnico, campo e bola. Quando as regras do jogo entram em cena é estabelecida uma relação entre eles, destaca-se também toda a estratégia e a comunicação entre os membros do time. Cada um dos elementos do sistema podem ser divididos em sub elementos e sub elementos, portanto perde-se de vista o sistema. Não podemos ver o sistema em si através de alguns elementos somente: Não se pode ver a floresta apenas pelas árvores, existem sub elementos em cada uma dessas árvores.

Vale lembrar:

Os sistemas  podem ser incorporados dentro de outros sistemas.
Alterar conexões pode alterar drasticamente o sistema.
A mudança de propósito muda profundamente um sistema mesmo que os elementos e a interconexão permaneçam os mesmos.    



Comportamento do sistema ao longo do tempo

O comportamento do sistema ao longo do tempo pode ser comparado a um estoque, que são elementos, nos quais podem ser sentidos, contados e medidos. Eles podem ser um certo material disponível, informações acumuladas, alguns livros, certo dinheiro acumulado, etc. O estoque não precisa necessariamente ser de forma física, pode ser ações como boa vontade, algo que se deseja fazer, etc. Ele pode mudar no decorrer do tempo através das ações de um fluxo, sendo a memória atual do histórico e mudanças de fluxo no sistema.

O ser humano concentra sua mente mais nos estoques dos sistemas do que nos fluxos. A tendência é focar principalmente nos fluxos de entrada e esquecer de analisar o que poder ser feito na saída. Muitas vezes não é lembrado que um estoque, por exemplo, o enchimento  e esvaziamento de uma banheira com água, pode ser preenchido não apenas aumentando a taxa de  entrada mas diminuindo a taxa de saída. A tendência do ser humano é descobrir novos depósitos da matéria - prima que necessita, mas o resultado desejado pode ser atingido diminuindo a taxa de saída dessa matéria no sistema, como exemplo disso temos o petróleo. Tem-se também o aumento de máquinas em um fábrica que aumenta o estoque, mas uma alternativa mais barata e viável é a diminuição da manutenção das máquinas  e sua taxa de defeitos.  Essas duas estratégias de aumentar o estoque podem ter custos bem diferentes.

O sistema não responde de maneira imediata. A alteração no estoque varia de forma lenta devido os fluxos levarem  um certo tempo para fluir, como no caso  da banheira. As ações em um sistema devem devem ser analisadas pois, podem atuar com buffers e com atrasos. Devemos lembrar que assim como o estoque, toda a  matéria leva um certo tempo para esgotar na natureza, bem como todos os efeitos causados na natureza como os poluentes estratosféricos. Portanto, uma economia ou empresa não deve investir em estoques tão grandes mesmo que tenha todo o dinheiro disponível.

Para controlar  o nível de estoque utiliza-se de decisões individuais e institucionais. Com o aumento do estoque, há uma redução nos preços de mercado ou então um aumento de publicidade afim de quem possa aumentar as vendas e regular o estoque. O estoque influencia diretamente nas atitudes que cada empresa ou produtor deva tomar. Além disso, há influência na utilização de qual produto cada indivíduo necessita usar na regulação de sua produção. um exemplo disso é produção de grãos que envolvem, água, pesticida e a colheita. O monitoramento do estoque deve ser realizado afim de que ele mantenha dentro de seus limites aceitáveis.




Feedback no sistema

Existe um mecanismo de controle de ação para o estoque. Um comportamento consistente é mantido por um mecanismo que opera  através de um loop e feedback. Um exemplo  é  o dinheiro aplicado em um poupança com juros que dependendo do valor colocado recebe um certa quantia de juros, o que seria a entrada do sistema. Vale lembrar que o valor total da conta a cada ano influencia na taxa. Outro exemplo é a sua conta corrente que a cada mês tem um valor recebido. A entrada pode ser alterada pelo próprio dono da conta, escolhendo trabalhar mais ou menos. O ciclo de feedback é o que indica se  o sistema precisa de ações corretivas ou não, mas nem todos possuem o feedback, no caso os sistemas mais simples.




Fluxos do sistema

Os fluxos de um sistema podem ser  bidirecionais, isso vai depender do sistema. No caso da ingestão de café, se o indivíduo gastar a energia em um curto espaço de tempo, ele terá que repor esse estoque mais rapidamente. Um outro exemplo é a temperatura de um certa substância que dependendo se o dia estiver mais quente ou mais frio, pode dizer que existe fluxo em ambos os sentidos para o aquecimento ou esfriamento da substância até a atingir a temperatura desejada. O ciclo de feedback leva o aquecimento do café de acordo com a temperatura do ambiente que se encontra. 
Vale lembrar que o sistema possuindo ciclo de feedback não significa que ele está pronto para uso. O feedback pode não ser tão preciso e exato como se deseja. Pode haver falhas de dados, atrasos nas informações ou falhas de equipamentos.
Um outro tipo de feedback é para amplificar, reforçar e multiplicar. Ele é responsável por gerar mais entradas em um estoque. Ele pode causar um crescimento saudável ou levar a uma destruição sem controle. Um exemplo é a conta bancária aplicada com juros considerando sem nenhum depósito e saque. Esse sistema tem a capacidade de crescer  e reproduzir de maneira constante e por si próprio. Esse crescimento pode parecer linear, mas na verdade é quanto mais existe dinheiro em estoque, mais será multiplicado, ou seja, seu crescimento é exponencial. Em uma linha de produção, quanto mais máquinas existir mais bens e serviços poderão ter na saída do sistema, portanto poderá ter um investimento maior nessas máquinas. Esse loop de feedback é um motor central que gera crescimento na economia de uma nação.



Destaque

É importante como engenheiro que somos, possuir um olhar crítico e sistêmico em cada sistema ao nosso redor. Ter um olhar limitado pensando que algo não precisa de feedback, nos faz cair no erro. Vários sistemas podem necessitar de novos feedbacks para um desenvolvimento melhor afim de atingir o objetivo proposto. Um simples feedback muda todo o resultado final. Deve-se analisar de maneira ampla, ou seja, se A causa algo em B, deve-se perguntar o contrário, o que B causa em A?  Isso permite que nós pensemos de maneira dinâmica. Muita vezes, a causa do problema está no próprio sistema, seja por um feedback apenas ou a influência de um feedback em outro.
  

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